Descrição
“Janeiro, 01, segunda-feira, lua cheia. Como lembrarei do primeiro dia do ano se isto é inesquecível? Eu estava preparada do jeito que preciso estar porque vivi o último dia do ano na praia, circunstancialmente, sozinha, com minha pouca bagagem: a roupa, a calcinha, o mar só para mim e meu sorriso. Agradeci e caminhei. Sou mais uma extraordinária pessoa. E, depois o banho, a reza e o descanso. Vesti preto e vermelho. De certa forma, essas eram as cores certas. O que foi cabalístico: passar mal com a comida. O que foi intuição: saber que era um vômito o que estava me limpando, mais uma vez, o organismo. O dia seguinte foi um bom começo porque eu estava em outro lugar que não é a minha cidade. Acredito que ter feito a passagem bem próxima da Mata Atlântica, cercada por crianças que me amaram de verdade – então, esse período torna-se eterno, esse minuto, infinito; redescobri de novo a minha essência. Sou escritora. Sou sensível. Terça, 02. Vi o segundo dia despertar na estrada. Isso é bonito! Cansativo, também. Lembro dos meus dias de estrada com Johnny e o carro vermelho que tinha a placa 6660. Tempos bem vividos.”
–
365 é Não-ficção. Estilo e gênero: são temas que abordam/destacam o isolamento em ambientes estranhos, o absurdo da vida, e do universo, a condição humana. A sustentação da narrativa é em diário, estruturado através da passagem dos dias durante o ano de 2018. Existencialismo-Niilismo-Nadaísmo.
Stefani Costa nasceu em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Escreve desde 2012, no blog de Literatura, As Mãos do Joalheiro. É graduada em Comércio Exterior e História. Participou da Antologia “40 Poetas em SP”, Editora Patuá, 2019, sob a curadoria do Sarau dos Conversadores, com três poemas: “Mãos”, “Deveria Ter Continuado A Correr Naquela Manhã” e “Não Garotas Kleenex”. Stefani escreveu o livro “365”, três-meia-cinco, em 2018. O cenário principal é Águas da Prata, estância hidromineral, onde a escritora viveu boa parte das histórias.
Avaliações
Não há avaliações ainda.