Desconcertos Editora

A RAINHA DO IGNOTO

AUTOR: EMILIA FREITAS


Capa Dura
Formato 16×23 cm
páginas 288
ISBN: 978-85-53051-82-3

R$ 80,00

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Descrição

“O Dr. Edmundo era que não saía do pasmo em que o tinha deixado aquela estranha aparição! Julgava-se alucinado! Duvidava do testemunho de seus próprios olhos, e para certificar-se de que não sonhava, beliscou com força as mãos, e sentiu-se acordado. Fechou a janela, e foi deitar-se; mas não podia dormir; a sedutora imagem o perseguia com aferro.

“Quem seria aquela mulher? pensava ele. Donde vinha? Para onde ia? Seria o anjo da saudade, perdido nas solidões da noite? As melancólicas notas daquele canto traduziriam o poema de um amor infinito sepultado nas cinzas do coração? Por que capricho aquela criatura formosa, romântica e ideal misturava o belo com o horrível? Por que se acompanhava com figuras tão irrisórias? – Mistério!”

A construção da Rainha e da maçonaria de mulheres nos leva a pensar que mulher extraordinária foi Emília Freitas. Numa época na qual o acesso à leitura, educação e andar livremente pelas ruas era negado às mulheres, Emilia Freitas constrói um romance em que algumas mulheres estudam, viajam pelo país praticando caridades e  tecendo comentários sobre os comportamentos que elas consideravam reprováveis nos homens, usando as mais diversas artimanhas para sobreviver numa sociedade marcada pela misoginia que era aquela do século XIX. – Régia Agostinho da Silva

 

Quando se trata das possibilidades de leitura da obra de 1899 pode-se encontrar abordagens da representação feminina como crítica ao contexto histórico ao qual pertence a obra de Emília Freitas, seja em relação à questão de autoria feminina ou do cânone literário. Também questões referentes ao consumo cultural de Emília Freitas a partir da análise de A Rainha do Ignoto e a construção da subjetividade feminina. E várias são as possibilidades de interpretações acerca do gênero literário de A Rainha do Ignoto, em aproximações da obra ao gênero fantástico, ao maravilhoso, ao utópico, ao gótico e, também, ao gênero da tragédia e ao da ficção científica.  – Adrianna Alberti

 

O romance apresenta em seu escopo narrativo uma forte influência romântica, que contribui para a composição soturna da história, bem como a postura de inúmeras personagens, como a própria Rainha, que, desiludida pela falta de uma família e de um amor, se enxerga sozinha e desalentada no mundo, assumindo um caráter pessimista e negativo de tudo ao seu redor, mesmo com a transgressão que provoca liderando o grupo de paladinas do nevoeiro. Essa contraposição entre o real vivido e sofrido e a ânsia utópica construída e presentificada na Ilha do Nevoeiro constitui o panorama fantástico de maior destaque do romance, segundo Adrianna Alberti (2019). Ao contrapor-se o real e o ideal, a construção dos elementos adicionais se edifica com base naquilo que é crível e no que se sonha e se estabelece como absurdo. – Allan Jonhnatha Sampaio de Paula

 

EMILIA FREITAS – Filha do tenente-coronel Antonio José de Freitas e de Maria de Jesus Freitas, após o falecimento do pai, a família resolve se mudar para Fortaleza, onde estuda francês, inglês, geografia e aritmética, num colégio particular. Mais tarde se transfere para a Escola Normal, formando-se professora. Começa em 1873 a colaborar em diversos jornais literários do Ceará como Libertador, Cearense e O lyrio e a brisa, além de outros de Belém do Pará. A maior parte dessas poesias foi depois compilada no volume intitulado Canções do lar (1891). Um ano depois, após a morte da mãe, muda-se para Manaus em companhia de um irmão, exercendo o magistério no Instituto Benjamin Constant, destinado à instrução de meninos. Em 1900, casa-se e retorna ao seu estado original com o marido, o jornalista Antonio Vieira, redator do Jornal de Fortaleza. Emília de Freitas participa ativamente da Sociedade das Cearenses Libertadoras, que tinha caráter abolicionista, tendo inclusive discursado em 1893 na tribuna, fato este muito aplaudido e noticiado nos jornais. Em 1899, sai A Rainha do Ignoto, sua principal obra, a que deu o curioso subtítulo de “romance psicológico”. Trata-se de uma trama novelesca absolutamente insólita, marcada por traços ficcionais, que é considerada por alguns especialistas como um dos trabalhos pioneiros do gênero fantástico ou maravilhoso no Brasil. A autora consegue com rara habilidade acomodar o fantástico no plano da regionalidade e promove uma incursão pelo imaginário, chegando até o inverossímil. Em 18 de outubro de 1908, Emília Freitas morreu na cidade de Manaus, para onde havia retornado, após a morte do marido.

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