Descrição
Quinto Ato
Vinte milhões de choques,
alicates
e pinças
-garras, aves de rapina.
Vinte anos
e tantos fuscas arrastando corpos
e ratos roendo ânus.
Um helicóptero rasgando o céu
e um pacote em queda-livre…
Rumo ao inconsciente abissal
_______da memória nacional.
Unhas,
testículos esmagados,
corpos engolidos pela eletricidade.
Na cadeira do dragão
um jovem deixará saudades.
–
“Quando o cenário bronco e ardiloso, e a coreografia enganadora do que chamamos conjuntura nos convoca a pantomimas inúteis, Artur faz um outro convite. “Fica quieto e observa, compa”, parece dizer, “escuta o coração do mundo”. Ele está bem alí, latejando baixinho, prestemos atenção. Ele só se ouve no silêncio das redes sociais, do noticiário arguto, do relato oportunista. O poeta dá passo aos sinais que o ruído do mundo abafa, na esperança de eles serem capazes de reconstituir a linha do tempo no espaço do presente. A palavra “ainda” poderia soar saudosista. Não é para o eu poético que transita neste poemário. Ao contrário, com teimosia, quer se livrar dos fantasmas mentirosos.” Do prefácio de Silvia Beatriz Adoue.
Artur Mattar é ator, professor e “quebra-galho” de teatro. Integra o Núcleo Artístico do Engenho Teatral desde Março de 2017 e trabalha em funções diversas para a Cia do Tijolo e outras Cias do teatro de grupo da cidade de São Paulo. Formou-se em 2015 em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas e cursa mestrado em Pedagogia do Teatro pela ECA-USP. Participa também do bloco carnavalesco Cordão Cheiroso desde sua fundação, ocupando o papel do boneco Cheiroso.
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