Descrição

Poeta e poesia

Exemplo ideal de um paradoxo fundamental

Composição lírica que transita em dicotomia

Fundando-se em combustão espontânea

De forças que em contrários se cria

Poesia!

Vem à luz pela vontade febril

Pela paixão abrasiva de um espírito incontido

Que acesso aos versos que lhe tomam de cabresto

Apenas obtém por introspectiva melancolia

Ah! Espírito conflitante!

Olha para dentro e explode ao que lhe cerca

Transborda sem que haja tampa que o contenha

Em linhas rasga o papel com a tinta de seu sangue

E a cada gota rubra que lhe pinga das veias

Apequena o fluxo, mas agiganta a alma

Para ao retornar da fervura e da ebulição

Suportar o fluir com ainda maior vigor

Vertendo sobre os espaços em branco

Os litros que outrora não suportara

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Ao todo 53 poemas em verso livre que, unidos, constituem uma reunião de percepções impressas sobre as páginas. Obra de forte cunho emocional e introspectivo, que por vezes se volta para o que há de mais humano em nós. Em contrapartida, também

apresenta uma visão subjetiva que se assume sobre o mundo exterior e o delineia. Fala do tudo e do nada em igual proporção; nunca avesso à certa melancolia que permanece presente em todos os momentos. Não tem fi o condutor, pois não há o que conduza a fluidez de uma mente exasperada. Transita dos mistérios do olhar felino à angústia das vidas jamais vividas que carregamos.

Lucas Gabriel Arruda Possato, 23 anos, nascido e criado no Rio de Janeiro, onde reside até hoje e de onde nunca saiu. Graduando em Direito pela Universidade Estácio de Sá, tem como paixão a literatura, a fi losofi a e a psicologia. O interesse pelas subjetividades individuais guiou-o à psicanálise, que cursa por sede de saber. A filosofia lhe encantou no ensino médio, sendo desde então combustível para todo o seu pensar. É através da poesia — com quem flerta desde a adolescência — que encontrou sua maneira de se expressar.