Descrição
Em tempo de enganadores, fake news, figuras ocupando, no poder, cadeiras de áreas que desconhecem e, às vezes, até odeiam, Lima Barreto não poderia ser mais contemporâneo e divertido, dando voz a esse narrador [no conto que abre essa edição, O HOMEM QUE SABIA JAVANÊS] que conta, com muito bom humor, suas trapaças e conquistas, ao inventar conhecer uma língua estranha, num país que adora ser enganado. Mais do que o poder, o personagem merecia a canonização para também constranger a Divindade – Oswaldo Faustino
Dependesse única e exclusivamente de mim e ele seria leitura obrigatória nas escolas deste país no mínimo a partir do segundo segmento do Ensino Fundamental, mesmo não sendo adepto da palavra “obrigatório”, principalmente no contexto tupiniquim em que vivemos. Poucos autores foram tão argutos e felizes ao esmiuçar a alma do Brasil e dos brasileiros. Poucos, realmente muito poucos, enveredaram tão absolutamente pela espinhosa e hipócrita relação da sociedade brasileira com a sua grande parcela negra; ou seguramente a levaram tão às últimas consequências ao ponto de arte e biografia por vezes se confundirem ou mesmo se misturarem. Valendo-me de uma expressão muito recorrente nos dias de hoje, “Lima Barreto me representa”. – Julio Emilio Braz
Lima Barreto, principal escritor do pré-modernismo brasileiro, autor de romances e contos clássicos, como o TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, sua obra mais conhecida, ou O HOMEM QUE SABIA JAVANÊS, situa-se como a voz mais crítica da literatura produzida no Brasil no início do século XX. Mestiço, com descendência direta de afrodescendentes, ele não ficou alheio às injustiças e aos preconceitos que recaiam sobre seus semelhantes e sobre si. Recusado três vezes pela Academia Brasileira de Letras, Barreto morreu sem o merecido reconhecimento. No entanto, atualmente, sua obra e sua vida têm sido revisitadas, não restando dúvidas de que a força de sua literatura ainda se faz muito contemporânea.
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