Descrição
De Capitu a Forest Gump, você que irá se aventurar pelas páginas deste livro encontrará um fantástico balaio de ideias, histórias, estudos e inferências, levadas a termo por um operário da cultura. Claudinei Vieira, editor, escritor, incansável agitador cultural e um boa praça de bom papo. Ele, que vejo transitando há anos com discrição, observador como poucos, entre cenas, grupos e espaços diversos, sempre levou a vida como arte, flanando e pescando ideias, influências, pontos de vistas e toda a polifonia de uma metrópole sem vergonha como São Paulo, agora abriu sua Caixa de Pandora. Reuniu, neste volume, todo o repertório produzido em sua maturidade crítica, literata, cinéfila, historiadora… enfim.
É um autor transdisciplinar, tão raro hoje em dia, quando os reacionários da cultura insistem em dizerem-se democráticos, mas seguem olhando apenas para seus próprios umbigos. O autor, aqui, não é desses e o índice de textos que recolheu para nos presentear é a prova. São refl exões apuradas, construídas ao longo de mais de vinte anos, que vão dos quadrinhos sequiosos de Milo Manara ao cinema de gênero Blaxsploitation; de Dráuzio Varela a Carmen Santos; de John Coltrane a Cidadão Kane; de Superman ao fenômeno comunicacional do “Feicibuqui”; e não para por aí. Quem se aventurar por estas “águas incertas” dará a volta ao mundo de uma cultura diversa que vai do clássico ao sociológico, do cânon a um paideuma peculiar.
A recolha de Claudinei Vieira se preocupa em abranger tudo quanto sirva para dar-nos a dimensão de como a cultura ocidental transitou por ícones que determinaram nosso modo de vida no decorrer deste pandemônio a que chamamos “pós-modernidade”.
Em época de pandemia, certamente teremos de pensar como chamaremos nosso tempo após a imunização de rebanho, fazendo o balanço do que veio antes para intuirmos o que será de então por diante. Claudinei já está se adiantando nesta árdua tarefa do intelectual contemporâneo. Sua contribuição é um pontapé inicial àqueles que, daqui 5 ou 10 anos, começarão a mapear ditas e desditas que formaram o caráter errático de uma época pós-atômica, pós-AIDS, pós-COVID, pós-TUDO. Se o Estado se empenha em colocar fogo no Museu, na Cinemateca, na Biblioteca de Alexandria, nosso autor já está se adiantando em salvar alguns códices para que não caiamos no completo obscurantismo para o qual estamos sendo empurrados a cada dia desperto. Como eu disse, conheço Claudinei Vieira há, ao menos, 15 anos. Desde aqueles dias, eu já imaginava que sua capacidade invejável de passar quase incólume pelas “panelas” da cultura e mesmo assim aquecer o caldeirão da arte com sua curadoria certeira ainda renderia uma obra obrigatória. Bingo! – Donny Correia
Claudinei URSO Vieira – poeta, prosador, agitador cultural, com vários livros publicados de poesia e contos, além de várias par ticipações em antologias, tanto em revistas eletrônicas, pela net em geral, quanto em publicações de papel. Criador do Sarau Desconcertos de Poesia, que durante anos percorreu a cidade de São Paulo, em pontos especiais de encontro e criação de cultura, como a Casa das Rosas, Sebo do Bac, Patuscada, muitas livrarias, bibliotecas. E bares. Vários bares. Fundador da Desconcertos Editora. Há muitos anos, escreve crônicas, artigos, pequenos ensaios, sobre temas variadíssimos, como cinema, teatro, literatura, divulgação científica, quadrinhos e muitos etcs. Todos textos, inclusive os etc., publicados em sites, blogs, e revistas eletrônicas. Esta é a primeira vez que alguns desses textos são, finalmente, publicados em livro físico.
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