Descrição
OLHAR: UMA PULSÃO (S<>D) nasce do conflito entre sair e caminhar – desaparecer elegantemente da vida – e a vaidade na insistência dos registros, em deixar rastros da passagem; coleções de rastrografias exiladas que, por vezes, clamam, convergidas, vir à luz nos percursos da existência. O fotolivro, resultado do conflito, articula sua textualidade hibridizada à imagens que reclamam seus lugares na composição dos discursos delineados; pois, nos percursos da vida, pinta-se, cola-se, fotografa-se e se realiza montanhas de representações de matrizes diversas na escritura de si, conformando coleções musealizadas em templos da memória. Coleções que exigem, juntas, dizer-se, deixar seus castigos nas gavetas, constituir-se formalmente, revestidas de estéticas palatáveis aos seus leitores.
Recortes e colagens de olhares, composições praticamente auto organizadas, trazem à vida camadas urdidas em uma tecitura complexa que espelha, essencialmente, subjetividades da condição feminina; das construções cotidianas de um eu composto de múltiplas facetas; únicas, mas também comuns a tantas mulheres nascidas em meados do século vinte; das constantes lutas para ser e estar com fidelidade a uma natureza ainda por se definir completamente. Lutas que persistem com mais consciência e com a força do saber-se um coletivo.
Nos cinco ensaios que compõem OLHAR: UMA PULSÃO (S <>D), M. J. Jorente trama fios de ficção e de auto ficção, de acontecidos e de fantasias, de si e das outras, risco novo na sua reinvenção cotidiana de sobrevivência.
O livro de M. J. Jorente realiza uma mistura de gêneros e apresentações, com fotos e imagens impactantes, entre crônicas, contos, memórias, ensaios. Uma profunda visão sobre a vida sobre si mesma, mas também, e igualmente, sobre todos nós.
M. J. JORENTE é designer e linguísta, licenciada em Artes pela FAAP e em Letras pela USP; doutora e livre docente pela UNESP, onde atua como docente do ensino superior na Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC). Publicou artigos, capítulos e livros dedicados, principalmente, ao papel das imagens e suas relações com as tecnologias digitais na informação e comunicação, com o Design da Informação (DI) e com a Curadoria Digital (CD) na Web. É coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Recuperação da Informação (LADRI) na FFC, um espaço de pesquisa e aplicação do DI, em que se dedica também à edição e à organização de produções bibliográficas acadêmicas. Fotógrafa e estudiosa da fotografia, do cinema e da psicanálise lacaniana desenvolve pesquisa aceita para pós doutorado na Universidade Carlos III em Madrid, na qual explora os falsos referentes do feminino no cinema americano durante e após a segunda guerra mundial (1940s e 50s). Estuda, nessa tela, as subjetividades do feminino.
Contudo, antes de ser profissional da informação, e durante, e paralelamente, e desde sempre, escreve diários, cartas, roteiros, crônicas e micro crônicas; notas, observações, citações, coleções de epígrafes, frases de efeito; listas de desejos, de coisas prediletas, de compras, de reclamações, bilhetes e rabiscos. Escreveu e escreve todos os dias, mandatória e memorialisticamente, como prática amorosa e raivosa também. Sempre há motivo, quase um constrangimento, para escrever: quando não houver mais nada no mundo, ainda haverá palavras. Na intersecção desses universos convergentes de interesse, produziu o fotolivro “Olhar: uma pulsão (S<>D)”.
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