Descrição
(…) “Organizar uma antologia era, para Manuel Bandeira, ‘a maior fonte de desafetos literários’. Nela não há qualquer vontade de submissão a eras, escolas ou movimentos – mero inventário. Os poemas, ou seu fragmento necessário, surgirão no momento em que se considerar desejável novamente ouvir aquele som, aquela palavra, seja no sentido erudito, seja no caboclo. Letristas e cancioneiros entrarão a braços com poetas renascentistas, simbolistas ou concretos. O que os une é a temática e o sentido das palavras, nos ritos de passagem das gerações. Terra: desterro; retirante: exílio; enterro. A morte, a solidão, a miséria, o descaso, na literatura, da própria terra. Portugueses (e espanhóis) não há como afastá-los: são taludos, graciosos e palavreados. Aqui estarão no humor, nas graças: à socapa e à sorrelfa. A palavra comandando a antologia; sem qualificar cultura. Não há popular; não há erudito. Há palavra e o que se convém como poesia. Não há novo sem ruptura. Essa a proposta.
Caetano Lagrasta – Neto de italianos, paulistano do Brás; ocupa a Cadeira Graciliano Ramos das Arcadas; recebe menção no Prêmio Governador do Estado, 1967, com o livro de contos Abecedário; corroteirista, ator e autor de comentário musical, em longa e curtas metragens; fotógrafo. Escreveu O Fazedor, 2001; Livro de Horas, 2004, Ópera Bufa, 2007, Diário do Fim do Mundo (Scenarium, 2019) – poemas; 1968 e outras estórias (Le Calmon, 2013); Abecedário (Scenarium, 2016) – contos; e Fábricas Mortas, romance (Ed. Desconcertos, 2018). Arriscou-se, sempre, a ideias jurídicas e sobre a Família (a dele e a dos outros).
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