Descrição
Meu nome;
nada além do que nomeia a dor
Lâmina de sol
esquarteja
o amanhecer
Flor de sangue
se multiplica
no nada da paisagem
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Trancado no quarto
imaginava cidades.
A mudez de meu pai passeava à beira-mar.
Peixes mortos e vísceras
num sujo oceano
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Adubo utopias e papoulas
para meu íntimo o último grito
Na ácida ferrugem da tarde
Polir o aço do gatilho
Morto deixarei memórias
de letras e papéis.
Rascunho de sonhos
Espelhos quebrados
rasgam todos os dias.
Meu travesseiro de peixes e estrelas
Dailor Pinto Varela, jornalista, poeta, Nasceu em Anapólis (GO) em 10/06/1945 e faleceu em 15/04/2012 em São José dos Campos-SP, com treze livros publicados, a maioria de versos e de poemas visuais. Trabalhou na Imprensa de Natal. Em Paulo trabalhou na Revista VEJA e na Folha São Paulo. Editou com sua lha Maíra o tablóide cultural “O GRITO” em São José dos Campos, SP. Participou da campanha de alfabetização do sociólogo Paulo Freire nos tumultuados anos 60, quando estourou o Golpe Militar de 64. Também fez pesquisas de campo para diversos livros do folclorista Luís da Câmara Cascudo entre os quais “História da Alimentação no Brasil”. É citado nos livros “Os Cem Melhores Poetas Brasileiros do Século” de José Nêumanne Pinto, Enciclopédia da Literatura Brasileira de Afrânio Coutinho, entre outros.
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