Descrição
FILHOS DO ABANDONO
É chegada a época em que o ter sobrepõe o ser
É chegado o tempo em que os pais abandonam os filhos
É chegada a hora em que os filhos abandonam os pais
Todos vivemos como “filhos do abandono”
Abandonados, órfãos. Num mundo repleto de coisas.
Coisas que se sobrepõem às pessoas
Pessoas que buscam coisas e mais coisas
Filhos do abandono
Filhos da ignorância
Filhos da “escola”
Filhos da adolescência
Filhos da irresponsabilidade
Filhos da insatisfação
Filhos dos “outros”
Filhos “meus” mas responsabilidade dos outros
Filhos da deseducação
Filhos do desinteresse
Filhos do “Conselho Tutelar”
Filhos da exploração
Filhos das “mães/pais”
Filhos do mero acaso ou
Seriam filhos de uma mera transa
Filhos do “sexo” e não do “amor”
Filhos da ereção sem emoção
Filhos momentâneos
Filhos da aventura
Filhos descartáveis
Filhos do carnaval
Filhos do prazer fugaz
Filhos do exibicionismo
Filhos das mães ou filhos da puta que pariu
Filhos da televisão
Filhos do videogame
Filhos da rua e do farol
Filhos dos “sins” e nunca dos “nãos”
Filhos da violência
Filhos das drogas
É chegado o momento de buscar
a paternidade ou maternidade para os
Filhos do abandono.
Os poemas, pensamentos, reflexões, de Manoel Mano / Manu Severino da Silva fazem instigar, pensar, emocionar!
MANOEL SEVERINO DA SILVA nasceu em São João do Piauí – cidade do sertão nordestino, às margens do Rio Piauí, no ano de 1970. Apresenta-se como afro-nordestino e chegou à cidade de São Paulo no mês de abril do ano de 1979. Iniciou seus estudos no ano seguinte, ou seja, com 10 anos de idade concluiu a antiga 1ª série do Primeiro Grau. Filho de nordestinos, manteve a prática
comum e tradicional da maioria das famílias migrantes: trabalhou muito, buscando
um lugar ao sol na Selva de Pedra paulista, quase sempre com uma jornada dupla, conciliando trabalho (para ajudar no sustento da casa) e estudos, visando uma melhor qualidade de vida e uma mudança no status quo social. Morador da região periférica de São Paulo – Pirituba – estudou sempre em escolas públicas da região e, em 1992 ingressou no curso de Ciências Sociais da antiga Fundação Santo André (FSA), atualmente Centro Universitário Fundação Santo André.
Na virada do milênio (2000) ingressou na Rede Estadual de Educação, responsável
pela disciplina de História e, em 2003, na Rede Municipal da cidade de São Paulo.
No ano de 2021 acessou o cargo de Supervisor Escolar da mesma rede, conciliando
sua nova atividade profi ssional com o exercício da docência. E, foi dessa forma, que se constituiu como ser humano: pai, marido e professor, exercendo a profissão com um viés progressista e emancipador, fazendo de sua prática docente um “ato de amor e por isto um ato de coragem” (Paulo Freire)
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