Descrição
“Volgende halte: Vredespaleis”, costumava dizer a gravação do tram, o bonde holandês, indicando que a próxima parada era o Palácio da Paz, o local onde eu fazia o curso de verão de Direito Internacional, na cidade de Haia. Curioso que até daquela voz da gravação dizendo “Vredespaleis” eu sinto saudade, pois não consigo, por mais que eu tente, pronunciar de forma correta, trocando o som do “ve” pelo “efe”, como os holandeses fazem. Às vezes, eu até digito no tradutor da internet só para escutar, mas a voz não é a mesma do tram e minha saudade permanece. A razão de tudo isso tem um nome. Uma única palavra que evoca aquelas ruelas do centro de Haia, aquele percurso pela Lange Voorhout onde o cheiro adocicado de determinadas árvores sempre invadia o meu olfato na violência dos vendavais: Daniëlle. Sim, com dois “eles” e com trema no primeiro “e” – algo que parecia colocá-la num patamar razoavelmente superior a todas as Danielas e Danielles brasileiras. Conheci muitas “Danis” nessa vida, mas só uma delas teve um “e” com trema.”
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Como toda boa ficção científica, a trama de SleepRoad 6000 gira entorno de um experimento científico com grande potencial para dar certo, mas, na vida do protagonista, dá errado. No final das contas, a tecnologia que oferece a base para o novo videogame proporciona uma rede de relacionamentos intercontinentais que se demonstra grotesco, posto que a atmosfera de horror é alimentada pelos desejos, dos personagens envolvidos, por uma realidade que prova-se intangível e passa a afetar a saúde mental dos jogadores. – Ricardo Celestino
João Paulo Rezek é escritor e advogado. Além da formação em Direito pela UNIP, é também graduado em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela FAAP. Escreve ficção desde a adolescência e publicou seu primeiro livro, um romance de super-heróis chamado “O Homem da Gola Alta”, em 2011. O autor também faz parte do Coletivo Literário KriptoKaipora, organizado por Luiz Brás, no qual teve contos de ficção científica publicados nos livros “Era de Aquária” (2018) e “Kriptovisões do Futuro” (2019). Nascido em Brasília, ele exerce a advocacia em São Paulo desde 2016, de onde costuma sempre tirar novas ideias para suas obras.
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