Descrição

Em 2022, em comemoração aos 200 anos de nascimento de Maria Firmina dos Reis, uma edição luxuosa puro respeito e homenagem a uma pioneira da literatura brasileira, a primeira romancista mulher e negra do país.

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O “fato da escritora se irmanar aos cativos e a seus descendentes faz com que suas palavras assumam uma perspectiva outra, revelando, dessa maneira, a qual segmento daquela estrutura social ela se fi lia. Túlio, Susana e Antero são personagens cujas identidades se destacam no plano constitutivo do romance, uma vez que suas vozes aparecem em dissonância com os discursos histórico e literário tradicionais, ou seja, não apenas como vozes de escravizados que aceitam a subordinação ao poder estabelecido, mas, pelo contrário, fazendo a crítica do processo escravagista. E é justamente aí que a novidade reside.” – Rafael Balseiro Zin

Em A escrava, Maria Firmina dos Reis “escolheu uma personagem feminina para falar contra a escravidão. Ao contrário do que fez em 1859, em Úrsula, a fala antiescravista aqui não é carregada de subterf úgios. Afinal, os tempos são outros e, como já indicamos, a discussão sobre o elemento servil estava à tona. Reis aproveita a oportunidade para, mais uma vez, descerrar sua fala antiescravista e, neste caso, continua com os argumentos religiosos presentes em Úrsula, mas os junta com a questão da moral cívica, da nação, da civilização, da família.” – Régia Agostinho da Silva

Maria Firmina dos Reis frequentemente tem seu nome associado à sua literatura antiescravista, sobretudo o romance Úrsula, sua primeira publicação, de 1859, e o conto “A escrava”, de 1887. No entanto, a escritora possui uma vasta produção literária, construída em cerca de cinquenta anos de atuação, de 1859 até 1908, quando ainda publicava em jornais maranhenses em que tinha seu nome mencionado ao lado de “a poetisa maranhense…” ou “a professora pública de Guimarães…”, demostrando o reconhecimento dos jornais do período oitocentista em relação à atuação literária da escritora. – Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho

Maria Firmina dos Reis (São Luís, Maranhão, 11 de março de 1822 — Guimarães, 11 de novembro de 1917) foi uma escritora brasileira. É considerada a primeira romancista negra do Brasil. Ela publicou em 1859 o livro Úrsula, considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil. O romance conta a história de um triângulo amoroso no qual os personagens são pessoas negras que contestam o sistema escravocrata.