Descrição
“Logo após o misterioso ataque a Cádiz, na reunião com seus capitães, Isabel e Fernando decidiram enviar dois homens de confiança para a cidade com a tarefa de apurar os detalhes do assalto. Dias depois, receberiam estranhas notícias: Cádiz havia sido invadida por um povo não muçulmano, falantes de uma língua desconhecida. Homens de cabelos longos, colares, brincos e outros adereços feitos de sementes, pedras coloridas, preciosas talvez, e penas. Grande parte deles tinha dentes de animais selvagens saindo do entorno da boca, outros traziam colares de dentes humanos. Haviam chegado em meia-dúzia de barcos movidos a velas, parecidos com caravelas, porém muito maiores. Não eram barcos europeus e tampouco se pareciam com embarcações mouras. Mais de dois mil homens tinham desembarcado na cidade, a mais antiga da Europa […] … as tropas de Don Rodrigo estavam fora, empenhadas na Guerra de Granada, e, num ataque relâmpago, esses homens, apenas com seus arcos, flechas, machados, bordunas e lanças, mas em grande número e bravura, acabaram por dominar os soldados que a protegiam.”
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Um dos mais instigantes romances dos últimos tempos, Paulo D´Auria cria, imagina, constrói ( ou, simplesmente, redescobre, relembra?) uma epopeia, uma saga no século XV, onde povos nativos tomaram seu destino nas mãos.
D´Auria vira de cabeça para baixo nossa história, a história das Américas, a Europa tomada pelo furor dos povos americanos. aqui não são os europeus que chegam às Américas, mas sim os povos nativos americanos que invadem a Europa. O ano é 1486 e a nações Mura, Aparai e Tupinambá, navegadores formidáveis e guerreiros temidos, tendo construído uma grande frota de navios, chega à costa espanhola, saqueiam a cidade de Cádiz e desembarcam em Málaga, de onde partem para firmar uma aliança estratégica com Al Zagal, o sultão de Granada.
Sensível, divertido, emocionante, por baixo de uma escrita aparentemente simples, o impacto desse livro em nossa imaginação e sentimentos é permanente. Obra contemplada pelo PROAC – São Paulo – 2021
Paulo D’Auria está nos Poetas do Tietê desde 2008, coletivo com o qual promove saraus de rua, saraus em bibliotecas e escolas periféricas, Fundações CASA e penitenciárias adultas. Formado em História pela FFLCH-USP, é autor de 10 livros, entre eles “As Novas aventuras de Guaracy”, um dos 10 semifinalistas da categoria juvenil do Prêmio Jabuti 2019.
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