Desconcertos Editora

O TEATRO PAULISTA DO ESTUDANTE NAS ORIGENS DO NACIONAL-POPULAR

SARA MELLO NEIVA

Capa Brochura

formato 14×21 cm

páginas 180

ISBN 978-65-87908-63-2

R$ 60,00

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Descrição

Sua pesquisa encontrou um elo perdido do conceito de nacional-popular no país”. A frase do sociólogo Marcelo Ridenti, o maior conhecedor da história das relações entre política e cultura no Brasil dos anos 1960, foi dita a Sara Mello Neiva na Universidade de São Paulo, no dia em que ela apresentou a dissertação de mestrado que dá origem a este livro. O entusiasmo do avaliador destaca um aspecto pouco conhecido e comprovado por este estudo: o papel decisivo do teatrólogo italiano Ruggero Jacobbi na difusão do pensamento de Antonio Gramsci no Brasil, antes mesmo que os principais escritos deste brilhante pensador marxista, – sobre literatura, artes e vida nacional – fossem traduzidos no país. Os achados incomuns da pesquisa de Sara Mello Neiva já decorrem de suas escolhas iniciais. A começar pelo assunto, estranho às tendências hegemônicas dos estudos teatrais (para falarmos com Gramsci) do nosso tempo. Seu tema incomum é um grupo de teatro amador, o Teatro Paulista do Estudante, que costuma ser citado na bibliografia histórica apenas porque seu elenco se integrou ao Teatro de Arena, quando da fusão dos dois coletivos em 1956. O que seria uma descrição dos primeiros espetáculos desses estudantes, acabou por se transformar na análise de uma experiência cultural maior, de intercâmbio ideológico e prático entre gerações. Nessa dinâmica, o encontro de Ruggero Jacobbi com Vera Gertel, Vianinha, Guarnieri, entre tantos membros do TPE, são aqui lidos na relação com pensamentos e práticas anteriores e posteriores. A fusão com o Teatro de Arena gerou uma guinada à esquerda no grupo, algo determinante para o surgimento de uma dramaturgia nacional–popular nova na cidade de São Paulo, configurada na peça Eles não usam black-tie, de Guarnieri, que nasceu nos laboratórios de atuação e de dramaturgia com Augusto Boal, no trabalho de encenação de José Renato, e do diálogo com artistas militantes de outras origens, como Lélia Abramo. Esse modelo de trabalho interativo influiria nos caminhos da representação politizada em escala nacional. – Sérgio de Carvalho

Sara Mello Neiva é doutoranda em Artes Cênicas, na área de Teoria e Prática do teatro, pela Universidade de São Paulo, e pesquisadora visitante da Universidade de Glasgow, no Programa de Estudos Teatrais. Sara concluiu em 2017 o mestrado em Artes Cênicas, pela Universidade de São Paulo, e desde 2009 é bacharel em Artes Cênicas, pela Universidade Estadual de Campinas. É pesquisadora do Laboratório de Investigação em Teatro e Sociedade (LITS), coordenado pelo professor Sérgio de Carvalho, da Universidade de São Paulo. Além disso, trabalha como atriz e educadora de teatro.

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